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| 你让梦想有了翅膀 |
Estava numa daquelas noites recorrentes de sexta-feira em que o meu espírito se encontrava mergulhado numa apatia profunda. O stress acumulado de uma semana de trabalho precário bem como a perspectiva de um fim-de-semana vazio de actividade e companhia enchiam-me de frustração. Sentia que a vida estava a passar por mim a uma velocidade vertiginosa sem que eu conseguisse fazer dela algo proveitoso e sobretudo relevante. Sentimento estranho este par uma jovem de vinte e sete anos mas era realmente a ideia que me assombrava.
Subitamente, lembrei-me de uma frase cujo autor eu desconheço mas que me iluminou a consciência: «Só nos podemos sentir plenamente realizados depois de ter plantado uma árvore, ter feito um filho, e ter escrito um livro». No que às árvores diz respeito, já tinha plantado algumas; ter um filho nas condições em que me encontrava estava fora de questão, fiquei a meditar sobre a possibilidade de escrever um livro. Do meu ponto de vista, esta podia muito bem ser uma forma poética de dizer que era essencial desenvolver o nosso intelecto, alargar sempre que possível os nossos horizontes. Esta frase foi o elemento impulsor da minha resolução em ingressar na faculdade. Com esse propósito, comecei a pesquisar na Internet quais as licenciaturas existentes na área correspondente ás minhas habilitações de preferência em Leiria ou Coimbra. À primeira resposta da minha busca, apareceu um curso que parecia ter sido criado à minha medida. Eu nem queria acreditar que diante dos meus olhos, numa simples pagina virtual se encontrava uma solução real para dar um novo rumo à minha vida. Com efeito, o Instituto Politécnico de Leiria (I.P.L) em parceria com o Instituto Politécnico de Macau (I.P.M) davam a oportunidade pioneira de tirar uma licenciatura de tradução e interpretação de Português/ Mandarim em que dois anos curriculares eram passados na China com as despesas dai inerentes inteiramente suportadas pelos Institutos.
Desde criança eu nutria um certo fascínio pelo Oriente mais propriamente pelas tradições e cultura da China e do Japão. A minha viagem idílica tinha como destino qualquer país asiático apesar de eu ter uma pequena preferência pela Tailândia. Naquele instante, como que por intervenção divina, surgia me a oportunidade única de descobrir a China através da aprendizagem da sua língua principal apenas recorrendo ao meu investimento intelectual.
Lamentavelmente, eu já não ia a tempo de ingressar no ano experimental do curso pois as datas de exames para admissão tinham prescrito há algumas semanas. Eu já não ia pertencer á primeira turma deste curso sui generis mas estava determinada a entrar no próximo ano lectivo. Assim, inscrevi-me num centro de estudos para ter aulas de inglês pois era a prova especifica requerida para o curso e logo que abriram as inscrições para os exames destinados a maiores de vinte e três anos bem como para os exames nacionais tratei de tudo. Não queria deixar nada ao acaso, não queria correr o risco de ficar para trás. A minha persistência bem como a minha fé nas minhas capacidades deram os seus frutos e aquando da publicação dos resultados o meu nome aparecia triunfante na lista de candidatos aprovados. Transbordante de alegria, fui imediatamente enviar a minha carta de demissão à minha entidade patronal porque queria estar exclusivamente dedicada aos estudos. E foi assim que começou aquela que iria com certeza ser a maior aventura da minha vida.


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